Os colares têm um significado além daquele de simplesmente compor um figurino ou vestir uma fantasia; tradicionalmente os colares são oferecidos aos admiradores simbolizando uma maneira dos Filhos de Gandhy desejarem paz durante o carnaval e o restante do ano.
Cada um utiliza de acordo com a indumentária, da maneira que se achar elegante. Não existe quantidade fixa de contas para cada colar, nem quantos colares se deve usar. É claro que não custa ter um pouco de bom senso.
As cores dos colares são um tipo referencial religioso que evocam Oxalá - o Orixá maior - que está associado à criação do mundo e da espécie humana, sendo esse considerado e cultuado como o maior e mais respeitado Orixás do panteão africano.
As cores dos colares são então uma referência aos modos de apresentação do Oxalá. Isso porque esse Orixá de apresenta de duas maneiras no Candomblé: o chamado "Moço" (Oxaguiam) que é branco mesclado de azul, e o "Velho" (Oxalufam) de cor branca.
Assim, o branco e o azul intercalados representam o fio de contas do Oxalá menino, o Oxaguiam, que correspondem: o branco a Oxalufam, seu pai. O azul provém de Ogum de quem é inseparável;
Fazer ou comprar?
Em relação aos colares existem duas opções. Fazer ou comprar pronta. Para quem vai comprar, o valor dos colares vai de 1 a uns 25 cinco reais a depender do tamanho do colar, das contas e pedras utilizadas. A grande vantagem é poupar muito (mas muito) trabalho.
Para quem pretende fazer seus próprios colares, a recomendação é comprar as contas em quantidade, sempre metade azul e metade branca. A espessura do nylon pode variar, mas escolha uma que não vá te deixar na mão no meio da folia (existem poucas coisas tão desconfortáveis quanto ver seu colar partir em pleno desfile).
Várias lojas vendem esse tipo de material no centro da cidade. Os locais mais indicados são as lojas especializadas em bjouterias, na Rua Carlos Gomes, e o andar térreo em um prédio na Praça da Sé, que vende diversos artigos religiosos.
Eu, particularmente nunca comprei um colar, sempre confeccionei todos os que uso nos desfiles. No início parecia um pesadelo, depois virou diversão. Para quem resolver confeccionar os próprios colares, o ideal é se antecipar. Confeccionar os colares dá um trabalho desgraçado. Tente convencer alguém a te ajudar (filhos, sobrinhos, amigos).
Não peça a ninguém que tenha interesse em sabotar “acidentalmente” o seu carnaval !!!.
Monte uma espécie de “linha de produção”, o trabalho fica bem mais rápido. Caso o seu poder de persuasão seja ruim, o jeito vai ser meter a “mão na massa”.
Cores e tamanhos
A vantagem de confeccionar seus colares é que você pode fazê-los com o tamanho que quiser e utilizar o nylon que achar mais adequado. Alem do azul e branco tradicional, as cores podem variar um pouco a depender da sua intenção.
Muitos integrantes fazem homenagens a orixás de sua devoção e se utilizam de suas cores nos colares. Evite mistura de cores esdrúxulas ou absurdas. Deixe isso para os adolescentes, fãs do Restart e NX Zero que saem no bloco.
Quantidade
Não existem regras em relação à quantidade, mas cuidado com as dores na coluna em função do excesso de peso. O ideal é que faça uma boa quantidade e deixe uma parte em casa para fazer a reposição, caso necessário. Normalmente a distribuição dos colares é feita no último dia de desfile, mas não existem regras sobre isso também.
Eu me solidarizo com aqueles que resolvem confeccionar seus próprios colares. A primeira vez a gente nunca esquece (até esquece, só que leva um tempão). O lado bom de martirizar-se fazendo os próprios colares é que você pensa 2 ou 3 vezes antes de sair distribuindo por aí.
Não tenho nada contra que “troca” colar. Mas não faço. Os colares foram feitos pra dar, de coração, pra desejar bem, pra desejar sorte e paz.
Fontes:
http://correio24horas.globo.com/noticias/noticia.asp?codigo=17736&mdl=29
http://pasargadabr.blogspot.com/2010/12/afoxe-dos-filhos-de-gandhy.html