segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Filhos de Gandhy – Os Colares

Os colares têm um significado além daquele de simplesmente compor um figurino ou vestir uma fantasia; tradicionalmente os colares são oferecidos aos admiradores simbolizando uma maneira dos Filhos de Gandhy desejarem paz durante o carnaval e o restante do ano.

Cada um utiliza de acordo com a indumentária, da maneira que se achar elegante. Não existe quantidade fixa de contas para cada colar, nem quantos colares se deve usar. É claro que não custa ter um pouco de bom senso.

As cores dos colares são um tipo referencial religioso que evocam Oxalá - o Orixá maior - que está associado à criação do mundo e da espécie humana, sendo esse considerado e cultuado como o maior e mais respeitado Orixás do panteão africano.

As cores dos colares são então uma referência aos modos de apresentação do Oxalá. Isso porque esse Orixá de apresenta de duas maneiras no Candomblé: o chamado "Moço" (Oxaguiam) que é branco mesclado de azul, e o "Velho" (Oxalufam) de cor branca.

Assim, o branco e o azul intercalados representam o fio de contas do Oxalá menino, o Oxaguiam, que correspondem: o branco a Oxalufam, seu pai. O azul provém de Ogum de quem é inseparável;

Fazer ou comprar?

Em relação aos colares existem duas opções. Fazer ou comprar pronta. Para quem vai comprar, o valor dos colares vai de 1 a uns 25 cinco reais a depender do tamanho do colar, das contas e pedras utilizadas. A grande vantagem é poupar muito (mas muito) trabalho.

Para quem pretende fazer seus próprios colares, a recomendação é comprar as contas em quantidade, sempre metade azul e metade branca. A espessura do nylon pode variar, mas escolha uma que não vá te deixar na mão no meio da folia (existem poucas coisas tão desconfortáveis quanto ver seu colar partir em pleno desfile).

Várias lojas vendem esse tipo de material no centro da cidade. Os locais mais indicados são as lojas especializadas em bjouterias, na Rua Carlos Gomes, e o andar térreo em um prédio na Praça da Sé, que vende diversos artigos religiosos.

Eu, particularmente nunca comprei um colar, sempre confeccionei todos os que uso nos desfiles. No início parecia um pesadelo, depois virou diversão. Para quem resolver confeccionar os próprios colares, o ideal é se antecipar. Confeccionar os colares dá um trabalho desgraçado. Tente convencer alguém a te ajudar (filhos, sobrinhos, amigos).

Não peça a ninguém que tenha interesse em sabotar “acidentalmente” o seu carnaval !!!.

Monte uma espécie de “linha de produção”, o trabalho fica bem mais rápido. Caso o seu poder de persuasão seja ruim, o jeito vai ser meter a “mão na massa”.

Cores e tamanhos

A vantagem de confeccionar seus colares é que você pode fazê-los com o tamanho que quiser e utilizar o nylon que achar mais adequado. Alem do azul e branco tradicional, as cores podem variar um pouco a depender da sua intenção.

Muitos integrantes fazem homenagens a orixás de sua devoção e se utilizam de suas cores nos colares. Evite mistura de cores esdrúxulas ou absurdas. Deixe isso para os adolescentes, fãs do Restart e NX Zero que saem no bloco.

Quantidade

Não existem regras em relação à quantidade, mas cuidado com as dores na coluna em função do excesso de peso. O ideal é que faça uma boa quantidade e deixe uma parte em casa para fazer a reposição, caso necessário. Normalmente a distribuição dos colares é feita no último dia de desfile, mas não existem regras sobre isso também.

Eu me solidarizo com aqueles que resolvem confeccionar seus próprios colares. A primeira vez a gente nunca esquece (até esquece, só que leva um tempão). O lado bom de martirizar-se fazendo os próprios colares é que você pensa 2 ou 3 vezes antes de sair distribuindo por aí.

Não tenho nada contra que “troca” colar. Mas não faço. Os colares foram feitos pra dar, de coração, pra desejar bem, pra desejar sorte e paz.


Fontes:

http://correio24horas.globo.com/noticias/noticia.asp?codigo=17736&mdl=29

http://pasargadabr.blogspot.com/2010/12/afoxe-dos-filhos-de-gandhy.html

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Filhos de Gandhy – A Fantasia

Para quem sai em um bloco de carnaval, a folia se resume a adquiri a fantasia e ir pra rua brincar. No caso do Gandhy, essa folia se estende um pouco mais, pois é preciso escolher ou personalizar cada item da fantasia.

Ao contrário do que possam imaginar, o bloco não fornece toda a indumentária do desfile. Quando adquirimos a fantasia, temos direito ao lençol (que serve de fantasia), a toalha (pra fazer o turbante), a sandália, as meias, um frasco de alfazema, faixas, e flâmulas.

Outros acessórios são adquiridos à parte dando ao folião a liberdade de escolher tipo, modelo, cor e tamanho do item que quiser adicionar à fantasia.

Tradicionalmente a fantasia do Afoxé Filhos de Gandhy é composta por um lençol de 2,20m X 2,00m, costurado nas laterais, com uma abertura na parte superior e uma pintura na parte frontal com o tema do Carnaval. As fantasias são tamanho único. Não importa de você tem 1,60m ou mede 2,15m. Os ajustes podem ser feitos no por uma costureira ou simplesmente regulando o tamanho da fantasia com a faixa. Ainda é possivel fazer a bainha ou estilizá-la usando a faixas de anos anteriores.

O associado recebe também uma toalha que é utilizada para fazer o turbante. O turbante é feito na própria cabeça por uma artesã (esse serviço é pago), usando a toalha que após ser dobrada, envolve a cabeça e é dado o acabamento usando-se linha e agulha. Para finalizar é aplicado o broche, de formato redondo com uma pedra azul, lembrando os marajás indianos.

Alguns "pão-duros" podem tentar fazer em casa, mas o resultado nunca é "gatinho". Já vi muito integrante carregando verdadeiros "abarás" na cabeça. Um turbante mal-feito compromete toda a fantasia. É preciso ter cuidado até na hora de escolher a artesã que vai confeccionar o seu.

Para complementar a fantasia, segue um par de sandálias, um perfume de alfazema, meias e faixa.

Alguns adereços não fazem parte do kit que é entregue pelo bloco ao associado, mas já se tornam “tradicionalmente obrigatórios” na composição da fantasia:

O broche pode ser encontrado em diversos formatos e tamanhos. Os mais tradicionais são feitos em azul e branco, com uma pedra no centro do broche.

Os colares, nas cores azuis e brancas, são uma reverência aos orixás Oxalá e Ogum. Durante o desfile, os colares são oferecidos para os admiradores como forma de desejar-lhes paz durante o carnaval e ao longo do ano (mais informações en um próximo post).

O contra-egum , conhecido pelos "aventureiros" como "a paradinha que pendura no braço", compõe-se de um trançado de palha-da-costa previamente imantado com banho de ervas peculiares ao orixá do filho que irá utilizá-lo. Normalmente, é colocado, amarrando-se nos braços. Destina-se à proteção contra a aproximação de espíritos perturbadores (os eguns), que estão por toda parte.

Pode ser usado toda vez que tiver que enfrentar locais propícios a estes espíritos, enfim, lugares tidos como "carregados"(hoje em dia tem modelo com elástico, para não machucar o bracinho do folião, é mole?).

As luvas são encontradas em diversos modelos sempre em azul e branca ou completamente branca. Podem ser muito úteis, mas é um verdadeiro desafio, mantê-las limpas até o final do desfile.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Mojito... Mojitos

O Mojito* é um coquetel refrescante conhecido mundialmente. Este clássico é um dos poucos feitos com hortelã fresca, o que o torna único. Seu sabor é suave e delicioso, conquistando até mesmo quem prefere bebidas mais fortes e amargas.

Ando "meio" viciado. Nesse dias de calor insuportável, um mojito desce melhor que cerveja. Desde o último domingo tenho preparado pelo menos um todos os dias. Hoje, saí do Pelourinho e estiquei minha caminhada até o Mercado das Sete Portas, só para comprar hortelã. Não é por acaso que estou degustando um, enquanto termino esse texto.

Segundo o escritor Ernest Hemingway, este cocktail teria surgido das mãos do aventureiro e Almirante Inglês Sir Francis Drake, que teria misturado folhas de hortelã maceradas com rum, criando uma infusão com a finalidade de ajudar no combate aos problemas respiratórios como asma e também os males estomacais que atingiam seus Marinheiros.


Dizem que as doenças não foram curadas, mas que o número de doentes aumentou muito somente para ganhar uma dose extra de rum, mesmo que ela viesse batizada com as folhas de hortelã maceradas.


Receita do Mojito

Ingredientes:

50 ml rum Branco;
30 ml de sumo de limão;
2 colheres (chá) de açúcar;
Soda ou água mineral com gás;
8 folhas de hortelã;
Gelo.


Modo de Preparo:

1) Amasse a hortelã e o açúcar.
2) Adicione o suco do limão
3) Encha o copo c/ gelo quebrado.
4) Adicione o Rum.
5) Complete com soda ou água mineral com gás

Dicas:

O modo de preparo pode variar em função da apresentação desejada para o drink. Ao invés do sumo de limão puro, pode-se cortar o limão em 4 gomos, esprême-los e adicioná-los ao preparo juntamente com o sumo. O drink terá um aspecto mais rústico.


Pode-se ainda, preparar o drink na coqueteleira, misturando todos os ingredientes (menos a Soda ou água mineral com gás) e coá-los no copo, acrescentando posteriormente a soda. Nesse caso o drink terá uma aparencia mas "limpa", podendo ser decorado com folhas ou com um ramo de hortelã.


Bom proveito e beba sem moderação: Essa vida já tem regras demais (E já está na hora de preparar outro).


* A palavra mojo ou mojito significa pequeno feitiço ou poção mágica.


Fontes


http://www.assbb.org.br/drinks/mojito.html
http://pt.petitchef.com/receitas/historia-do-mojito-fid-405445

Quindim de Iaiá

Trago a receita da "vedete" entre as sobremesas servidas no SENAC-Pelourinho: O Quindim de Iaiá, ou simplesmente quindim. Não são poucos os clientes vão ao Restaurante-Escola só para experimentar a famosa sobremesa. É, de longe, iguaria mais procurada.


É fácil entender o porquê dessa procura. Além de ser um doce muito bonito (seu amarelo chama atenção até dos que não são fãs de doces), o quindim é muito saboroso.

O quindim é um doce de origem portuguesa, apesar de seu nome ser de origem africana (significa dengo, encanto). Segundo Maria de Lourdes Modesto, pesquisadora sobre culinária portuguesa, os doces lusitanos quando chegaram ao Brasil incorporaram algumas das frutas locais.


Em portugal, o quindim era feito com amêndoas. Aqui no brasil as amêndoas deram lugar ao côco. Assim, o quindim com côco é chamado em Portugal de quindim brasileiro. As receitas variam um pouco. A que trago aqui, é utilizada no SENAC-Pelourinho.



Receita do Quindim

Ingredientes:

400 gramas de côco ralado (podemos usar côco ralado desidratado, mas nesse caso, deve-se reidratá-lo com um pouco de leite de côco);

500 gramas de açúcar refinado;

50 gramas de manteiga;

15 gemas;

5 ovos;

2 colheres de essência de baunilha;

2 colheres de sopa de mel karo.

Modo de fazer:

Em um vasilhame coloque as gemas e os ovos. Envolva até romper a película que protege as gemas.

Depois de peneirar a mistura, acrescente o açúcar, a manteiga (derretida), o mel, a essência de baunilha e o côco. Envolva até consiguir uma mistura homogênea.

Unte forminhas (tipo as de empada) com manteiga e polvilhe com açúcar.

Leve ao forno em banho-maria por cerca de 55 minutos em temperatura de aproximadamente 180º c.

Dicas:

O segredo para conseguir um quindim com um amarelo vistoso é untar as formas com bastante manteiga e açúcar refinado. Alem de facilitar na hora de desenformar, o doce fica com um ótimo aspecto.

É possível utilizar uma forma maior ao invés das forminhas pequenas. Nesse caso o tempo de cocção aumenta um pouco (pra cerca de uma hora e meia).



Fontes

http://www1.folha.uol.com.br/folha/livrariadafolha/760012

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Nosso lugar é no lixo?

Normalmente, não esquento a cabeça com a nossa completa falta da capacidade de conviver civilizadamente em sociedade. Pra falar a verdade, perdi a fé na humanidade aos 8 anos de idade, na Copa de 82.

Mas, mesmo sendo cínico e cético em relação a quase tudo que respira e que se move, admito que algumas coisas, não dá para deixar “passar batido”.

No último sábado eu voltava pra casa e parei no ponto pra esperar o ônibus. Por alguns minutos acompanhei o trabalho do pessoal que fazia a coleta de lixo. Um dos rapazes vinha à frente do caminhão agrupando caixas e sacos de lixo para tentar agilizar a coleta.

O trabalho deles seria bem mais rápido, não fossem os sacos rasgados, ou mal-fechados, caixas abertas e outros e objetos simplesmente jogados por cima dos montes de lixo.

Em um espaço de aproximadamente 300 metros a equipe de funcionários teve, por diversas vezes, que descer do caminhão, munida de vassouras e pás para varrer o lixo espalhado no chão.

Confesso que enquanto um dos rapazes catava com as próprias mãos o lixo jogado no chão, senti vergonha. Tive vontade de pedir desculpas pela nossa falta de educação. Hesitei e terminei não dizendo nada.

Em um dos pontos da Avenida Bonocô (próximo à REVISA), o caminhão da coleta chega religiosamente no mesmo horário, todos os dias. Os funcionários recolhem o lixo, esvaziam as caixas coletoras, varrem a calçada... tudo em vão. Alguns moradores (não são poucos) também religiosamente jogam o seu lixo fora, depois que o caminhão passa.

Vejo as campanhas e programas na TV falando de reaproveitamento e da diminuição da produção de lixo. Não consigo enxergar isso como uma possibilidade real (a curto ou em longo prazo).

Precisamos aprender o básico, precisamos aprender a jogar o nosso lixo fora.