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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Abará

Conta a história que o abará representa o àkàrà (brasa) esfriado pelo amor, sentimento que amolece o coração humano. A iguaria é dedicada Obá, orixá que traz em seu corpo a marca do amor incondicional.

A massa do abará é bem parecida com a do acarajé. Só que um pouco mais fina. Se utilizarmos uma massa solta, mais grossa, o abará pode ficar “quebradiço” depois de cozido.

Receita do Abará

Ingredientes:

1 kg de massa de feijão fradinho

500 gramas de cebola (passada no liquidificador)

100 gramas de camarão seco (processado)

300 ml de azeite-de-dendê

50 gramas de amendoim (idem)

50 gramas de castanhas (idem)

10 gramas de gengibre

Sal à gosto

Modo de fazer:

Em uma panela coloque todos os ingredientes e misture com uma colher até obter uma massa homogênea.

Corte a palha de bananeira no tamanho que desejar e deixe em uma solução com cloro por 10 minutos e depois enxágüe.

Envolva as porções da massa na folha e leve ao fogo em banho-maria por 45 minutos.

Dicas:

Assim como a massa, é possível encontrar as palhas de bananeira em feiras livres. A palha é passada no fogo para que fique flexível e mais fácil de dobrar. Só não se esqueça de higienizá-la.

Se desejar dar uma incrementada no abará, é possível adicionar à massa uma porção de camarões frescos (pré-cozidos).

O abará vai muito bem acompanhado de camarão seco, vatapá e pimenta.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Acarajé

O acarajé dos Iorubás da África ocidental que deu origem ao brasileiro é semelhante ao falafel árabe inventado no Oriente Médio. Os árabes levaram essa iguaria para a África nas diversas incursões durante os séculos VII a XIX. As Favas secas e Grão de bico do falafel foram alternados pelo feijão-fradinho na África.

Comida ritual do orixá Iansã, na África, é chamada de “àkàrà” que significa bola de fogo, enquanto “jê” possui o significado de comer. No Brasil foram reunidas as duas palavras numa só, acara-je, ou seja, “comer bola de fogo”.

O acarajé, o principal atrativo no tabuleiro, é um bolinho característico do candomblé. Sua origem é explicada por um mito sobre a relação de Xangô com suas esposas, Oxum e Iansã:

Segundo a lenda, a deusa dos ventos, mulher de Xangô, foi à casa de Ifá, buscar um preparado para seu marido. Ifá entregou o encantamento e recomendou que quando Xangô comesse fosse falar para o povo. Iansã desconfiou e provou o alimento antes de entregá-lo ao marido, nada aconteceu, quando chegou em casa, entregou o preparado ao marido, lembrando o que Ifá dissera.

Xangô comeu e quando foi falar ao povo, começaram a sair labaredas de fogo da sua boca, Iansã ficou aflita e correu para ajudar o marido gritando “Kawô Kabiesilé”. Foi então que as labaredas começaram a sair da sua boca também.

Diante do ocorrido o povo começou a saudar Xangô por grande rei de Oyó, rei de pai do fogo.

O bolinho se tornou, assim, uma oferenda a esses orixás. Mesmo ao ser vendido num contexto profano, o acarajé ainda é considerado, pelas baianas, como uma comida sagrada. Por isso, a sua receita, embora não seja secreta, não pode ser modificada e deve ser preparada apenas pelos filhos-de-santo.

O primeiro acarajé (o acará) sempre é oferecido a Exu pela primazia que tem no candomblé. Os seguintes são fritos normalmente e ofertados aos orixás para os quais estão sendo feitos.

Receita do Acarajé

Ingredientes:

1 kg feijão fradinho (quem não quiser ter o trabalho citado no post anterior de manipular o feijão, pode comprar a massa pronta);

100 gramas de cebola (passada no liquidificador);

15 gramas de sal;

Azeite-de-dendê.

Modo de fazer:

Bater a massa e acrescentar a cebola e o sal. Continuar batendo a massa até que ela fique mais leve. O segredo para o acarajé ficar macio é o tempo que se bate a massa.

Utilize uma colher para bater a massa e outra para pegar a massa e moldar os bolinhos. Para fritar, utilize uma escumadeira e um garfo para virar os bolinhos.

Para fritar, use uma panela funda com bastante azeite-de-dendê. Azeite deve estar em uma temperatura entre 120 a 150º antes de colocar o primeiro acarajé para fritar.

O acarajé pode ser servido com vatapá e camarão seco. Em alguns lugares se utilizam também salada e caruru, mas pra mim, quanto mais simples, melhor.

Dicas:

Depois que começar a fritar controle a temperatura do azeite, baixando o fogo quando for necessário.

Entre uma leva e outra de acarajés, bata a massa novamente para evitar que ela assente e acarajé fique massudo ou “pesado”.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Acarajé e Abará

O acarajé e o abará, duas iguarias típicas da culinária baiana, são preparados a partir de um trabalhoso ritual, lá no SENAC.

O acarajé é feito com feijão fradinho, que deve ser quebrado em um moinho em pedaços grandes (no SENAC utilizamos o feijão já quebrado). A primeira etapa é a manipulação do feijão que consiste em peneirá-lo, para tirar as impurezas, láva-lo, colocá-lo de molho, retirar das cascas e catá-lo.

Depois de limpo ele é novamente triturado. Uma massa mais fina é utilizada para o abará enquanto q a mais grossa para o acarajé. O problema é encontrar o ponto da massa já que o triturador que utilizamos lá é bastante rústico e não tem nenhum tipo de marcação que possamos utilizar como referência.

À massa do acarajé acrescenta-se sal e cebola. A massa é batida e o acarajé é frito em um tacho com azeite-de-dendê.

À massa do abará, alem do sal e cebola, são acrescentados também o azeite-de-dendê, gengibre, camarão, castanha e amendoim. A massa é então enrolada em pedaços de folhas de bananeira (cortada, higienizada) e levada ao cozimento em banho-maria.

(no próximo post, a história e a receita do acarajé)